domingo, 17 de abril de 2011

Lembrandu d vcs...

Sei que estão e vão descansar, mas como sempre lembro de vcs, não poderia deixá-los sem uma atividade, por isso aí vai ela, façam quando tiverem um tempinho, bjus da madrinha....
 
LINGUAGEM FORMAL E
INFORMAL
Analise os dois textos e, os diferencie de acordo com a linguagem formal e informal. Retire frases que comprovem sua explicação.


SENHORA  - José de Alencar

    Aurélia Camargo, moça pobre, torna-se rica graças à herança do avô, recebida aos l8 anos, quando
é apresentada à sociedade fluminense. Encanta a todos com sua esplendorosa beleza. Órfã, tem em sua companhia uma parenta viúva, D. Firmina Mascarenhas, mas é Aurélia quem governa a casa como bem entende. A velha senhora é uma espécie de "mãe de encomenda", forma de não chocar aqueles que se opõem à emancipação feminina.
Sopa de pedras.
    Pedro Malasarte era um cara danado de esperto. Um dia ele estava ouvindo a conversa do pessoal
na porta da venda. Os matutos falavam de uma velha avarenta que morava num sítio pros lados do rio Cada um contava um caso pior que o outro:

    — A velha é unha-de-fome. Não dá comida nem pros cachorros que guardam a casa dela — dizia
um.
    — Quando chega alguém pro almoço, ela conta os grãos de feijão pra pôr no prato. Verdade! Quem me contou foi o Chico Carreteiro, que não mente — afirmava outro.
  — Eta velha pão-dura! — comentava um terceiro. — Dali não sai nada. Ela não dá nem bom-dia. O Pedro Malasarte
 ouvindo. Ouvindo e matutando. Daí a pouco entrou na conversa:

    — Querem apostar que pra mim ela vai dar uma porção de coisas,
e de boa vontade?
    — Tu tá é doido! — disseram todos — Aquela velha avarenta não dá nem risada!
    — Pois aposto que pra mim ela vai dar — insistiu o Pedro. — Quanto vocês apostam?
    A turma apostou alto, na certeza de ganhar. Mas o Pedro Malasarte, muito matreiro, já tinha
bolado um plano na cabeça. Juntou umas roupas, umas panelas, um fogãozinho,
amarrou a trouxa e se mandou pra casa da velha. Era meio longe, mas pra ganhar
aposta o Malasarte não tinha preguiça.
    O Pedro foichegando, foi arranchando, ali bem perto da porteira do sítio da velha. Esperou
um tempo pra ser notado. Quando viu que a velha já tinha reparado nele, armou o
fogãozinho, botou a panela em cima, cheia de água, e acendeu o fogo. E ficou o
dia inteiro cozinhando água.
    A velha, lá da casa, só espiando. E a panela fumegando. E o Pedro atiçando o fogo.
    Até que ela não conseguiu mais se segurar de curiosidade. Saiu e veio negaceando, olhar de
perto. O Pedro pensou: "É hoje!".
   Catou umas pedras no chão, lavou bem e jogou dentro da panela. E ficou atiçando o fogo pra ferver
mais depressa.
    A velha não se conteve:
    — Oi, moço, tá cozinhando pedra?
    — Ora, pois sim senhora, dona! — respondeu o Pedro. — Vou fazer uma sopa.
    — Sopa de pedra? —
perguntou a velha com uma careta. — Essa não, seu moço! Onde já se viu isso?
    — Pois garanto que dá uma sopa pra lá de boa.
    — Demora muito pra cozinhar? — perguntou a velha ainda duvidando.
    — Demora um bocado.
    — E dá pra comer?
    — Claro, dona! Então eu ia perder tempo à toa?
    A velha olhava as pedras, olhava pro Pedro. E ele atiçando o fogo, e a panela fervendo. A velha
meio incrédula, meio acreditando.
    — É gostosa, essa sopa? — perguntou ela depois de um tempo.
    — É — respondeu o Malasarte. — Mas fica mais gostosa se a gente puser um temperinho.
    — Por isso não — disse a velha. — Eu vou buscar.
    Foi e trouxe cebola, cheiro-verde, sal com alho.
    — Tomate a senhora não tem? — perguntou o Pedro.
    A velha foi buscar e voltou com três, bem maduros.
    Pedro botou tudo dentro da panela, junto com as pedras. E atiçou o fogo.
    — Vai ficar bem gostosa — disse ele.             — Mas se a gente tivesse um courinho de porco...
   — Pois eu tenho lá em casa — disse a velha. E foi buscar.
    Couro na panela, lenha no fogo, a velha sentada espiando. Daí a pouco ela perguntou:
    — Não precisa pôr mais nada?
    — Até que ficava mais suculenta se a gente pusesse umas batatas, um pouco de macarrão...
    A velha já estava com vontade de tomar a sopa, e perguntou:
    — Quando ficar pronta, posso provar um pouco?
   — Claro, dona!
    Aí ela foi e trouxe o macarrão e as batatas.
   Malasarte atiçou o fogo, pró macarrão cozinhar depressa.
    Daí a pouco a velha já estava com água na boca!
    — Hum, a sopa tá cheirando gostosa! Será que as pedras já amoleceram? Em vez de responder, o
Pedro perguntou:—      A senhora não tem uma linguicinha no fumeiro? Ia ficar tão bom...Lá foi a velha de novo buscar alinguiça.
    Cozinha que cozinha, a sopa ficou pronta. Malasarte então pediu dois pratos e talheres, a velha
trouxe.
    O Pedro encheu os pratos, deu um pra ela. Separou as pedras e jogou no mato.
    — Ué, moço, não vai comer as pedras?
    — Tá doido! — respondeu o Malasarte. — Eu lá tenho dente de ferro pra comer as pedras?
   E tratou de se mandar o mais depressa que pôde. Foi correndo pra venda, cobrar o dinheiro da
aposta.
Em Contos populares para criançasda América Latina.
Traduçãoe adaptação de Neide T. Maia
Gonzáles. São Paulo:Ática, 1984. p. 8-15.
                                                                                                                     VANIZA DE AGUIAR

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